Despedida reuniu familiares, amigos e companheiros de antigos carnavais, nesta sexta-feira, no Cemitério de Irajá
Cantado sempre antes das solenidades e ensaios da maior campeã do Carnaval, o Hino da Portela, composto por Chico Santana, foi lembrado na despedida ao eterno mestre-sala Benício, enterrado sob aplausos no início da tarde desta sexta-feira (8), no Cemitério de Irajá, na Zona Norte. Ele morreu aos 84 anos, na última quarta-feira, vítima de insuficiência hepática e de complicações decorrentes do diabetes.
Para reverenciar o sambista, familiares e amigos também entoaram o clássico "O Conde", de Evaldo Gouveia e Jair Amorim, que exalta o mestre-sala e sua famosa parceira de desfiles, Vilma Nascimento, o Cisne da Passarela. O cortejo teve, ainda, a batida de um surdo da Portela, tocado pelo veterano ritmista Damião.
Prima de Benício, Vilma fez questão de se despedir do parceiro, assim como Sérgio Jamelão, ex-mestre-sala do Império Serrano, escola onde Benício começou a carreira, e Waldir Gallo, coordenador do projeto social Madureira Toca, Canta e Dança.
A direção da Portela foi representada pela diretora social Beth Ferreira, que teve a missão de levar o pavilhão colocado sobre o caixão durante o velório. O presidente Luis Carlos Magalhães também compareceu ao sepultamento.
Casal histórico
Benício chegou à Portela pelas mãos do patrono Natal, na década de 1960. Passou a dançar com Vilma Nascimento em 1962, formando assim um dos casais de mestre-sala e porta-bandeira mais famosos e premiados da história do carnaval.
A lendária dupla Benício e Vilma viveu seu auge entre meados da década de 60 e o fim dos anos 70, quando o mestre-sala decidiu parar definitivamente de dançar.
A última vez que Benício esteve no Portelão foi em janeiro de 2017. Na ocasião, ele se emocionou ao ser homenageado dentro da exposição montada pelo Departamento Cultural sobre a história da dança no carnaval.
Crédito: Divulgação
Legenda: Caixão de Benício foi coberto pelas bandeiras da Portela e do projeto Madureira Toca, Canta e Dança