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1993
Mário Monteiro, carnavalesco campeão no ano anterior na Estácio de Sá com o enredo "Paulicéia Desvairada", foi contratado e desenvolveu, a partir de uma densa bibliografia, em que estava incluída até uma obra do pensador marxista Engels, a (quase) história e a cerimônia propriamente dita do casamento na sociedade ocidental. Sua proposta era associar o tradicionalismo da Portela com um desfile mais leve, colorido e moderno.
Assim, o enredo desenvolveu-se desde Adão e Eva, passando pelas sociedades matriarcais, sociedades patriarcais, a união entre os povos, para, finalmente, apresentar os elementos presentes antes, durante e depois da cerimônia de casamento - noivado, despedida de solteiro, chá de panela, cerimônia religiosa (com madrinhas, padrinhos, fotógrafos, convidados, pajens e damas), lua-de-mel, nascimento dos filhos, crises conjugais, traições, bodas (prata, ouro e diamante) e algumas das diversas formas de união conjugal - a homossexual, a oficiosa, a folclórica, como o casamento na roça.
Foram 4.600 componentes, distribuídos em 40 alas e 10 carros alegóricos. O casal de mestre-sala e porta-bandeira era formado por Edson e Marciele, escolhidos através de concurso. A bateria, sob o comando de Mestre Timbó, contou com 320 ritmistas e deu sustentação ao belo samba de Wilson Cruz, Cláudio Russo e Jorginho Estrela Negra, defendido, mais uma vez, por Dedé da Portela.
No carro Cerimônia de Casamento, ambientando uma igreja de inspiração barroca, estavam os primeiros destaques Vanda Batista e Pedrinho Martins, representando os noivos. E no comando da coreografia de algumas alas e do carro Casamento na Roça, Carlinho de Jesus, então presença constante nos ensaios e desfiles da Azul-e-Branco de Osvaldo Cruz.
Para encerrar, a perpetuação das espécies, representada pela incrível alegoria da Arca de Noé (interpretado pelo atual coreógrafo da comissão de frente Gabriel Cortez) e os pares de animais salvos, segundo o relato bíblico.
Nesse ano, a única comissão de frente tradicional do Grupo Especial, formada pela Velha Guarda da Portela e convidados, apresentou-se pela última vez. Portanto, a partir desse ano, público e julgadores deixaram de apreciar a Comissão de Frente da Portela, a primeira das escolas de samba, e os compositores e instrumentistas do quilate de Bretas, Valdir Galo, Monarco, Ari do Cavaco, Casemiro da Cuíca, Norival Reis, Marcos, Carioca, Jorge do Violão, Edir Gomes, Jair do Cavaquinho e Wilson Moreira.
Infelizmente, os figurinos de Beth Filipecki e as alegorias do campeão Mário Monteiro não sensibilizaram a comissão julgadora e a Portela ficou em 10º lugar.
Ficha técnica:
Resultado: 10ª Colocada do Grupo Especial, com 279 pontos
Data, Local e Ordem de Desfile: 6ª Escola de 21/02/93, Domingo, Av. Marquês de Sapucaí (Passarela do Samba )
Carnavalesco: Mário Monteiro
Presidente: Carlos Teixeira Martins
1º Casal de Mestre-Sala e Porta-Bandeira: Edson e Marciele
2º Casal de Mestre-Sala e Porta-Bandeira:
Bateria: 320 ritmistas sob o comando do Mestre Timbó
Contigente: 4.600 componentes em 40 alasSamba enredo:
autores: Wilson Cruz, Cláudio Russo e Jorginho Estrela NegraEu vou lhe convidar pro camarote
Quero lhe mostrar o dote
Desta doce união
Veja, arquibancada está em festa
Na mais sublime relação
Até que enfim
Encontrei alguém que gosta só de mim
E na verdade, essa tal felicidade
Vai comigo até o fimMe leva, amor (ô ô ô)
Sou Adão no Paraíso
Me encantou
A sedução do seu sorrisoÉ hora de emoldurar contos de fada
De conquistar a paz sonhada
E festejar no arraial
Eu sei que o amor conduz à eternidade
Da colorida amizade
À comunhão tradicional
Lá vou eu
Meu casamento é minha fé
Quero fazer bodas de ouro
E preservar a criação como NoéÉ bom demais amar, amar, amar
Vou me acabar nesse véu
Vem Portela consagrar
Meu samba em lua-de-mel
Fonte: Portela Web
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