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1986
A partir do mito de Morfeu, deus grego do sono, Alexandre Louzada, em seu segundo ano na Portela, propõe fazer uma crítica à realidade brasileira de então, através de uma viagem pelo sonho e pelo pesadelo: o plano econômico da época, chamado Plano Cruzado; o desmatamento das florestas; a reforma agrária, a frustrante perda da Copa do Mundo de Futebol, na Espanha, em 1982, e expectativa da realização da Copa do México.
Desfilando no alvorecer, os componentes cantaram o samba de Nilson Melodia, Paulinho e Vanderlei, defendido, mais uma vez, pelo saudoso Silvinho do Pandeiro. Muito luxo nas fantasias e nas alegorias e um colorido que chegou a surpreender o público.
A tradicional Comissão de Frente e a enorme Águia branca, pousada sobre o imenso carro abre-alas deram início a mais um grande desfile da nossa Portela, que esbanjava luxo, bom gosto, irreverência, garra, canto, dança e muito samba no pé.
Tudo isso, no entanto, não foi suficiente para ganhar o carnaval: nesse ano, a Portela obteve o 4º lugar.
Ficha técnica:
Resultado: 4ª Colocada do Grupo 1A, com 207 pontos
Data, Local e Ordem de Desfile: 7ª Escola de 09/02/86, Domingo, Av. Marquês de Sapucaí (Passarela do Samba )
Carnavalesco: Alexandre Louzada
Presidente: Carlos Teixeira Martins
1º Casal de Mestre-Sala e Porta-Bandeira:
2º Casal de Mestre-Sala e Porta-Bandeira:
Bateria:
Contigente:Samba enredo:
autores: Ary do Cavaco, Carlito Cavalcante, Vanderlei, Nilson Melodia e PaulinhoEu hoje só quero saber
De esfriar minha cabeça
Cantar, sorrir, pular
E esquecer minha tristeza (oh Morfeu)
Deixa Morfeu me levar
Nos seus braços, sonhador
Quero fugir da realidade
Desse mundo sofredor
Nessa noite eu vou
Fazer da dor minha alegria
Sepultar eu vou o dissabor
Do dia-a-dia
Ver o meu irmão plantando
No verde sertão
Descolar um troco e pagar
Geral pro meu patrão (que é vacilão)
Ver minha Portela estourando
A boca do balãoVai, meu time, arrebenta
Até parece o escrete de setenta
O índio em sua selva a sorrir
Feliz nesse torrão
Livre do FMI e da poluiçãoComo é triste o despertar dessa ilusão
Que pesadelo
Meu Deus, quanta taxa pra pagar
É trem lotado, que sacrifício danado
Desempregado e com criança pra criar
O nosso ouro lá da serra tá pelado
Já que está tudo arrombado
Deixa o leão se arrumarNo país da bola
Só deita e rola
No país da bola
Quem vem com dólar...
Fonte: Portela Web
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